28 de janeiro de 2013

Linha do Tempo


Hoje eu tive um daqueles momentos de ficar observando a vida fora do ônibus enquanto estava voltando do colégio. Sempre gostei de ficar olhando as pessoas andando na rua, o movimento, os lugares por onde a minha linha passa... Enfim. Criei esse hábito quando parei de alugar os livros infantis da biblioteca da minha escola, por volta da quarta série, mais ou menos - acho, inclusive, que foi aí que perdi o hábito da leitura durante a infância. Ainda assim, tive que encontrar uma forma de me distrair em minhas longas e constantes "viagens" de ônibus. Como ficar observando os passageiros do ônibus me parece desconfortável, tanto pra mim quanto para quem eu observasse, escolhi olhar para o lado de fora. Mas hoje, enquanto olhava as pessoas fora, sem querer levantei algumas questões sozinho.

Estava olhando para as pessoas caminhando pelas calçadas do centro quando me veio uma coisa a cabeça: como a vida é uma coisa fantástica. Você já parou de para pensar que cada vida é uma, como se diz, linha de história? Estamos todos caminhando e trilhando nosso caminho pelo mundo, fazendo a nossa vida acontecer. Ocupando a linha do tempo que nos é dada. E, da mesma maneira, estamos fadados a esbarrar na história de outra pessoa, seja dando uma contribuição verdadeira, ou apenas de passagem. O que, se você parar para pensar, é uma verdadeira bagunça, já que nesse mundo há mais de 7 bilhões de pessoas. Cada uma, incluindo você, fazendo sua história. A beleza da vida, do mundo, de todo aquele aglomerado de gente na avenida me pegou naquele momento. Algo tão simples, tão notável, mas que conseguiu me arrancar uma lágrima.

Ao mesmo tempo em que aquilo me tocou de uma maneira boa, me tocou de uma maneira um pouco mais crua. A ideia desse mundo enorme, cheio de pessoas, lugares, me fez sentir como um grãozinho de areia. Me fez sentir que sou pequeno demais, apesar de ter um metro e oitenta de altura. O que me assusta bastante. Na verdade, sentir que sou só um pino no jogo da vida me faz pensar em solidão. E, cada vez mais, me sinto só. Infelizmente.

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